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Colégio Majô dá calote e fecha as portas

Atualizada em 11/08/2016 16:17

O Colégio Majô, da mesma empresa do Colégio Campos Elísios, fechou as portas na última semana sem qualquer aviso deixando alunos sem aulas e professores sem salários. O encerramento das atividades de forma repentina não é novidade: a instituição tem um histórico de irregularidades e desrespeitos com as questões trabalhistas.

No começo de agosto, o Sinpro-SP recebeu um grupo de professores do Colégio Majô que denunciou a lista de absurdos que vinham acontecendo na escola. Os docentes que ingressaram no começo do ano ainda não tinham sido registrados, os salários dos últimos 3 meses não haviam sido pagos e os professores vinham sofrendo constantes assédios morais por parte da administração do colégio.

Os professores, revoltados com a situação, estavam decididos a pedir demissão em conjunto. Contudo, antes disso acontecer, a escola fechou as portas sem mais nem menos.

Histórico de problemas

Os problemas com o antigo Campos Elísios, atual Majô, começaram em 2014 quando o 13o salário não foi pago. Já em 2015 o colégio não pagou os salários de maio, junho e julho e nem a PLR. Não depositou o FGTS ou o INSS. Além disso, não fornecia cartão alimentação ou cesta básica, como garante a Convenção Coletiva de Trabalho.

Diante disso, os professores entraram em greve no dia 21 de outubro e o Sinpro-SP convocou a escola para tentar resolver o problema dos atrasados. Na reunião, os representantes do Campos Elíseos propuseram pagar os atrasados ao longo dos meses de novembro, dezembro e janeiro. Contudo, a quitação estaria condicionada à entrada de verbas referente às matrículas, rematrículas e material didático que a escola oferece aos alunos.

A absurda proposta não foi aceita pelo Sinpro-SP e nem pela assembleia dos professores. O caso então seguiu para o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde, em audiência de conciliação, ficou estabelecido que a escola se comprometeria a quitar todos os atrasados até dezembro, sob multa de 10% em caso de descumprimento, e pagar os próximos salários em dia. Em contrapartida, os professores encerrariam a greve.

Contudo, apenas os professores cumpriram sua parte no acordo. Por pressão do Sindicato, o caso voltou à Justiça e o TRT julgou o dissídio de greve dos professores do Colégio Campos Elíseos. A sentença determinou o bloqueio dos bens da escola (eles não podem ser vendidos nem transacionados) e o cumprimento imediato do acordo firmado na audiência de conciliação (28/10), inclusive com a multa de 10%.

Grupo chinês

De acordo com informações publicadas pelo jornal Agora São Paulo, o proprietário do Colégio Majô, Luis Alberto Scolastrici, disse que a instituição passa por dificuldades financeiras devido a diminuição de alunos. Afirma também que a instituição será vendida a empresários chineses que assumirão a dívida.

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