Campanha salarial ensino superior

Patrões recuam, mas proposta continua inaceitável

Atualizada em 27/04/2022 18:17

Em nova rodada de negociação realizada hoje, 27, os representantes patronais reapresentaram sua proposta econômica, oferecendo 4% de reajuste a partir de março e abono de 30% em outubro. O valor é incapaz de repor a inflação (10,57%) e está muito aquém do que é reivindicado. Anteriormente, os mantenedores haviam oferecido 3% a partir de abril e abono em duas parcelas de 15% cada.

Eles também reduziram um pouco a longa lista de desmonte que defendiam para a Convenção Coletiva, mas insistem em questões que ampliam o controle das empresas sobre os professores e o trabalho docente, como possibilidade de a empresa reunir unilateralmente a carga horária ou juntar turmas diferentes numa mesma classe..

Na avaliação do presidente da Fepesp, Celso Napolitano, esse pequeno recuo, ainda que insuficiente, pode sinalizar uma nova etapa nas negociações, depois que os sindicatos não entraram no jogo de discutir contrapropostas absurdas que os patrões pretendiam usar como moeda de troca nas negociações.“A comissão patronal utilizou a antiga estratégia de colocar um bode na sala”, afirmou Napolitano.

A Fepesp e os sindicatos voltaram a cobrar maior agilidade nas negociações, com prioridade para o reajuste, já que os salários têm sido corroídos pela inflação elevada. Os professores querem reposição integral da inflação, aumento real e abono de 50%.

A pauta de reivindicação, contudo, não se limita às cláusulas econômicas. Ela prevê questões que precisam ser urgentemente discutidas, como regulamentação do ensino a distância, trabalho acrescido pelas novas tecnologias, proibição do ensalamento, direitos autorais e do uso de imagem.

Nova rodada de negociação: 04 de maio 

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