Ensino superior

Vai ter barulho no Ensino Superior

Atualizada em 10/02/2023 09:51

O ponto de partida para as negociações da Campanha Salarial 2023 deve ser o compromisso com o cumprimento de todas as cláusulas, sem exceção, garantidas pela sentença normativa do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), publicada em novembro do ano passado e depois suspensa (não anulada) por liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa foi uma das deliberações da assembleia de professoras e professores do Ensino Superior realizada na quinta-feira, dia 08 de fevereiro. Por unanimidade, a assembleia também decidiu exigir, na campanha deste ano, reajuste salarial que acompanhe os índices inflacionários e recomponha o poder de compra, incluindo aumento real, além de um conjunto de novas cláusulas na Convenção Coletiva (restrições ao ensalamento e direitos autorais e de imagem, entre outros) que concretizem, em sala de aula, condições dignas de trabalho, nesses tempos pós-pandemia.

A pauta aprovada será agora unificada, na semana que se inicia, a partir das definições estabelecidas pelos demais sindicatos que fazem parte da Fepesp, já que a campanha é estadual. As negociações devem começar depois do carnaval e se estender pelo mês de março. Um calendário de mobilizações e visitas às instituições já está sendo organizado pela diretoria do SinproSP. Celso Napolitano, presidente do Sindicato, reforçou a importância desse diálogo sempre próximo com a categoria e destacou a necessidade da mobilização permanente, em cada universidade. "Se for preciso, as professoras e professores saberão construir uma greve, coletivamente", afirmou.

Não é de hoje que o Ensino Superior tem sido pauta recorrente nos cadernos de Economia dos jornalões, com entusiasmadas falas sobre lucros, dividendos e negócios bilionários, enquanto professoras e professores sofrem nas salas de aula com a precarização das condições de trabalho, jornadas exaustivas e cobranças e pressões que afetam fortemente a saúde física e mental. Têm faltado seriedade, responsabilidade e compromissos efetivos com a Educação aos representantes dos grandes conglomerados mercantilistas, que precisam sentar à mesa e negociar a sério, honestamente, sem subterfúgios, jogos de cena ou falas mansas - e vazias - que só se propõem a enrolar e ganhar tempo.

As professoras e os professores exigem reposição salarial já, condições dignas de trabalho e respeito. Já na semana pré-carnaval, e mais ainda depois da folia, vamos fazer muito barulho. Não desistimos. E, juntas e juntos, exigimos.

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