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Mobilização dos professores coloca em debate compromisso sério com educação

Atualizada em 25/05/2007 15:17

O SINPRO-SP apóia o movimento dos professores das universidades estaduais paulistas em defesa da Universidade e por melhores condições de trabalho. Apóia igualmente as manifestações dos professores do ensino oficial de São Paulo que também lutam por melhores condições de trabalho e aumento salarial.

O Sindicato entende que os dois movimentos são a oportunidade para que se discuta seriamente os princípios que regem uma educação efetivamente comprometida com os desafios da nossa sociedade, a começar pela distinção clara que deve ser feita entre o que é compromisso sério com ensino de qualidade, pesquisa, extensão e o que são interesses mercantis acobertados por uma visão subvertida da autonomia.

As melhorias reivindicadas pelos professores ensino oficial, por exemplo, representam em última instância a necessidade de valorização do ensino público, de discutir formas para elevar a qualidade na educação oferecida pelo estado.

No caso específico das universidades, a preocupação com a preservação da autonomia universitária tem a ver com a luta pela independência da produção intelectual, livre de quaisquer tipos de amarras e vinculação de interesses. Muito diferente do que as instituições de ensino privado no país clamam. Elas confundem autonomia com desmandos, irresponsabilidade as condições de trabalho dos profissionais que nelas trabalham e pouca – em alguns casos nenhuma – produção acadêmica. A autonomia é reivindicada muito mais para livrá-las dos compromissos estipulados pelos órgãos oficiais, a começar pelo Ministério da Educação.

Compromissos como qualificação do corpo docente (ter um número mínimo de mestres e doutores), com resultados acadêmicos, com instalações adequadas, bibliotecas razoavelmente abastecidas, planos de carreira. Querer autonomia para não ter obrigatoriamente que cumprir essas exigências é compromisso sério com educação de qualidade?

Diante dos vários problemas que SINPRO-SP vem acompanhando nos últimos anos, com faculdades e universidades desrespeitando os direitos dos professores, criando fórmulas para reduzir salários, reduzir investimentos no ensino, fica difícil imaginar que a autonomia fará algum bem à educação de qualidade.

O Sindicato defende a existência de mecanismos regulatórios para a atuação das instituições de ensino como forma de coibir o desrespeito à legislação e, principalmente, para garantir um patamar mínimo de comprometimento com o ensino de qualidade. As atuais mobilizações dos professores mostram a educação é – como sempre foi - pauta importante da agenda de qualquer sociedade.

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